terça-feira, 30 de setembro de 2008

Carta aos Inimigos


A todos os que me prejudicaram:
Sei bem que em determinadas circunstâncias contribui com o descaso, o desafeto de alguns. Quando reflito sobre meus atos passados, não retiro em momento algum a responsabilidade que cai sobre as minhas costas. Minha falta de amor próprio, a infantilidade em acreditar que eu poderia mudar alguém...Ah!!! Quantos sonhos e esperanças eu tinha! E como eles me prejudicaram! Fui vítma de minha própria ilusão.
Mas não retiro a culpa de vocês, por terem se aproveitado de minhas fraquezas. Fui tola e ingênua eu bem sei.Achava que não haveria no mundo ninguém mais forte, como eu estava enganada! Os únicos fracos que vejo são vocês que continuam na mesma condição que os encontrei. Não evoluíram em nada, se somos como um rio, e estamos em constante transformação, eu diria que esse caso não se aplica a vocês. O rio secou.
E quanto a mim? O que sobrou de mim? Ressurgi das cinzas e aqui estou, me refazendo e sinto que evolui como ser humano, como mulher. Voltei a sonhar, mas não aqueles sonhos infantis e bobos. Sonho com meu presente, com meu futuro, e sei que posso ser aquilo que quiser.
Obrigada por terem me mostrado o outro lado da vida. O lado obscuro que eu não conhecia. Eu agradeço, pois ao conhecê-lo tive a mais plena convicção do que eu quero para minha vida.
Portanto, façam bom proveito!

Lidiana

segunda-feira, 29 de setembro de 2008



...E minha alma nunca mais foi a mesma. Vive nos extremos das emoções, como se percorresse todas as dimensões do universo.

Lidiana

domingo, 28 de setembro de 2008

Por que escrever?

As vezes eu mesma me faço essa pergunta. Por que escrever? Eu nem sei se tenho as palavras certas para me fazer entender, escrever é uma arte que não sei se possuo, apenas admiro, almejo, busco.
Não conheço as regras gramaticais que tornam um texto poético e bonito de se ler. Talvez eu esteja sendo então, arrogante por criar um blog e postar aqui meus pensamentos. Ora, o que uma pessoa que não tem o dom da escrita pode querer deixar através de suas singelas palavras? Alguns podem mesmo pensar que quero "aparecer", talvez seja isso mesmo, talvez no meu inconsciente, eu esteja fazendo isso para receber a atenção de todos.Mas, se é assim, é involuntário, nada que meu consciente queira.
O que sei é que escrever me faz sentir bem. Me dexa mais leve, e eu sinto que produzi algo bom porque é verdadeiro, não tenho pretensão de mudar o mundo, só quero uma chance de me expressar, mesmo que eu não saiba usar corretamente as palavras, mesmo que eu não conheça nada de regras gramaticais, o que importa neste momento, é me expressar.

sábado, 27 de setembro de 2008

Não eu não estou louca!

Minha mãe me perguntou o motivo de ter escolhido esse nome para o blog. Na hora a única resposta que me veio foi que é um nome forte, que causaria impacto.
Na verdade, já fui "diagnosticada" como insana por muitos, não exatamente com essa palavra, mas de louca, radical, e até mesmo "meio desequilibrada". É claro que isso magoou, mas, com o passar do tempo aprendi a lidar com essas críticas.
Bem, essa "loucura" é algo tão subjetivo, o que é normal para mim pode não ser para o outro e assim vice - versa. Então, o que é a loucura?
Segundo o dicionário online loucura é: "alienação mental com modificação profunda da personalidade".Que eu saiba não cheguei a esse ponto. Minha loucura não me impede de realizar meus afazeres e nem de ser eu mesma.
Pensamentos Insanos é apenas uma metáfora. Há de existir alguém que vá levar ao pé da letra. Mas, tudo bem, não se pode agradar a todos, e nem eu tenho essa pretensão.
Agora, não se preocupem, porque gozo da mais perfeita saúde mental!

Propósito





Se meus pensamentos puderem alcançar uma pessoa que seja, já me darei por satisfeita
Lidiana

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Racionalidade até que ponto?

Certo dia, estava a conversar com uma pessoa sobre cinema. Essa pessoa me disse em tom de ironia: "sabe o que eu acho Lidiana? Acho que você se vê nos filmes que você assiste". Eu respondi que sim, que era exatamente isso que acontecia. A pessoa se voltou para mim e me disse categoricamente: "desse jeito você não vai conseguir ser pesquisadora! E já que você quer tanto seguir a carreira acadêmica..."
Confesso que aquilo mexeu comigo. Comecei então a questionar tudo aquilo que eu gostava, este comentário me abalou tanto ,que de repente, as coisas nas quais eu acreditava e sonhava começaram a não fazer mais sentido algum.
Pois bem, não se pode fugir da nossa essência. A arte sempre teve grande relevância em minha vida, e tudo que eu gosto, músicas, poesias, filmes, livros, pinturas, todo esse universo nada mais é que fragmentos da minha personalidade. E como eu me culpo por ter tentado fugir disto quando ouvi este infeliz comentário!
Mesmo sendo pesquisadora, penso que deve existir identificação, isso não é um defeito, mas sim uma qualidade. Afinal, não devemos nos identificar com aquilo em que acreditamos? E acima de toda e qualquer racionalidade é preciso ter paixão. Ora, eu acredito que grandes teorias que temos hoje, foram desenvolvidas com muita paixão e identificação. Os estudiosos se viam em seus projetos, e não havia como fugir.
Então meu amigo, não vejo nada de errado comigo. A arte está em todas as partes do meu corpo, e eu acredito incondicionalmente que ela me dará a inspiração necessária para desenvolver futuros projetos. Serei uma grande pesquisadora, pois, além do pensamento racional, tenho paixão, muita paixão!

PSICOLOGIA DE UM VENCIDO

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e á vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

Augusto dos Anjos

Poema

VERSOS ÍNTIMOS

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Augusto dos Anjos