segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Dos sonhos...



"Tinham um ao outro e beijaram-se, e empurraram os medos um do outro para um canto, acreditando na luz do outro, no sonho do outro..."
Hubert Selby. Jr: autor do livro que deu origem ao filme "Requiem para um sonho"

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Me acostumando à solidão...


É engraçado como as coisas são. Moro com meus pais, mas é como se vivesse sozinha. Penso não faltar nada de material para mim, mas falta afeto, compreensão e amizade. E por mais que eu me convença de que a minha existência não é igual a dos outros, ainda sim é difícil. É difícil porque existe um preço alto a ser pago, e esta dor que não abandona meu coração de jeito nenhum, esta sim parece ser minha companheira inseparável.
Existe algo enorme dentro de mim, que não sei explicar muito bem. As vezes me sufoca, porque quer sair, se libertar, mas eu não consigo. Me acovardo quando penso que ao libertar esta fera que mora em mim, eu acabe afastando ainda mais as pessoas, e me condene a uma solidão eterna. Solidão na qual eu já me acostumei, visto que algumas coisas que considero importantes, só o são para mim, e isto ninguém vai conseguir entender, por mais que digam o contrário. E creio que há uma frase do Renato Russo que descreve muito bem isto que acabo de dizer : "Quem diz que me entende, nunca quis saber."
As vezes eu também me pergunto de onde vem a força que me impulsiona, que me faz querer continuar e acreditar que as coisas vão melhorar. Ela vem das coisas que as pessoas julgam insignificantes. Ah! Como é fácil me conhecer! Basta ouvir as músicas que escuto, os filmes que vejo, as pessoas que admiro. Cada uma destas coisas possuem um pedaço da minha essência, é um pedaço de mim.
E aí dizem pra mim: "eu te compreendo". Mas como pode me compreender se não sabe o que realmente é importante e faz sentido para mim? Alguns de vocês podem achar que este pensamento seja demasiadamente simplista, e de fato é. E neste sentido, posso me considerar a pessoa mais verdadeira, e sincera, do que muitas que julgam ser, mas não possuem a coragem que eu tive e que ainda tenho.
Os meus pés ainda estão acorrentados, mas um dia a borboleta sai do casulo, e vai voar.

domingo, 22 de novembro de 2009

Decepção


"As Vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas... O tempo passa... e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais!" Bob Marley

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

As pessoas exaltam tanto a sinceridade, a honestidade, de fato são qualidades importantes, mas eu fico me perguntando até que ponto? A sinceridade excessiva pode as vezes assustar quem ouve, e se antes o propósito era "me machuque com a verdade, mas não me iluda com a mentira", infelizmente este pode não ser o melhor caminho.
Cheguei a esta conclusão devido a alguns acontecimentos. E tenho me feito estas indagações o tempo todo. Mentir não é a melhor saída, visto que ao mentir, enganamos a nós mesmos. Mas em alguns momentos é melhor ocultar a realidade.
Sempre fui muito intensa, daquele tipo tipo de pessoa que diz aquilo que sente, e faz aquilo que quer. Tenho pagado um preço muito alto por isto, e me perco em meus devaneios, sem saber ao certo qual o melhor caminho.
Embora o caminho da verdade seja por vezes doloroso, não quero ter que passar a vida toda mentindo para mim mesma. Talvez eu simplesmente não diga nada, oculte o que sinto, e sei que ao final, me tornarei um enigma para mim mesma...

Homenagem aos homens que passaram pela minha vida...



Sleep To Dream - Fiona Apple




I tell you how I feel, but you don't careEu digo a você como me sinto, mas você não liga.
I say: "Tell me the truth.", but you don't dareEu digo "me diga a verdade", mas você não ousa.
You say love is a hell you cannot bearVocê diz que o amor é um inferno que não pode suportar.
And I say: "Give me mine back and then go there, for all I care."E eu digo "me dê o meu de volta e então vá - eu não me importo”.


I got my feet on the groundEu tenho meus pés no chão e não vou dormir para sonhar.
And I don't go to sleep to dreamVocê tem sua cabeça nas nuvens e não é nada do que parece.
You got your head in the cloudsEsta mente, este corpo e esta voz não podem ser abafadas por seus modos anticonvencionais.
And you're not at all what you seemEntão não se esqueça do que eu lhe disse, não me procure, eu tenho meu próprio inferno para cuidar.
This mind, this body, and this voice
Cannot be stifled by your deviant ways
So don't forget what I told you, don't come around
I got my own hell to raise


I have never been so insulted in all my lifeEu nunca fui tão insultada em toda a minha vida.
I could swallow the seas to wash down all this prideEu poderia tragar estes mares para lavar todo esse orgulho.
First you run like a fool just to be at my sidePrimeiro você corre como um bobo para ficar do meu lado.
And now you run like a fool, but you just run to hide, and I can't abideE agora você corre como um tolo, mas você só corre para se esconder, e eu não posso agüentar.


I got my feet on the groundEu tenho meus pés no chão e não vou dormir para sonhar.
And I don't go to sleep to dreamVocê tem sua cabeça nas nuvens e não é nada do que parece.
You got your head in the cloudsEsta mente, este corpo e esta voz não podem ser abafadas por seus modos anticonvencionais.
And you're not at all what you seemEntão não se esqueça do que eu lhe disse, não me procure, eu tenho meu próprio inferno para cuidar.
This mind, this body, and this voice
Cannot be stifled by your deviant ways
So don't forget what I told you, don't come around
I got my own hell to raise


Don't make it a big deal, don't be so sensitiveNão faça disso uma grande coisa, não seja tão sensível.
We're not playing a game anymoreNão estamos mais jogando um jogo, você não tem que ser tão defensivo.
You don't have to be so defensive


Don't you plead me your case, don't bother to explainNão advogue seu caso, não se preocupe em explicar.
Don't even show me your face, 'cause it's a crying shameNem sequer me mostre seu rosto, pois é uma vergonha chorante.
Just go back to the rock from under which you cameApenas volte para a pedra debaixo da qual você veio.
Take the sorrow you gave and all the stakes you claimLeve a tristeza que você me deu e tudo o que você reivindica -
And don't forget the blameE não se esqueça da culpa.


I got my feet on the groundEu tenho meus pés no chão e não vou dormir para sonhar.
And I don't go to sleep to dreamVocê tem sua cabeça nas nuvens e não é nada do que parece.
You got your head in the cloudsEsta mente, este corpo e esta voz não podem ser abafadas por seus modos anticonvencionais.
And you're not at all what you seemEntão não se esqueça do que eu lhe disse, não me procure, eu tenho meu próprio inferno para cuidar.
This mind, this body, and this voice
Cannot be stifled by your deviant ways
So don't forget what I told you, don't come around
I got my own hell to raise

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Os Cantos de Maldoror - Canto Primeiro


"Eu vi, durante toda a minha vida, sem excetuar um só, os homens de ombros estreitos praticarem atos estúpidos e numerosos, embrutecerem seus semelhantes, enfiarem o dinheiro dos outros nos bolsos, e perverterem as almas por todos os meios. Assim chama eles o motivo de suas ações: a glória. Vendo esses espetáculos, eu quis rir como os outros; mas isso, estranha imitação, era impossível. Peguei um canivete cuja lâmina tinha um gume afiado, e rasguei minhas carnes nos lugares onde se reúnem os lábios. Por um instante, acreditei haver alcançado meu objetivo. Examinei em um espelho essa boca ferida por minha própria vontade! Havia sido um erro! O sangue, que corria em abundância dos dois ferimentos, não permitia distinguir, aliás, se esse era verdadeiramente o riso dos outros. Mas, após alguns instantes de comparação, vi muito bem que meu riso não se assemelhava ao dos humanos, ou seja, eu não ria."

Os Cantos de Maldoror - Lautréamont (Isidore Ducasse)

sábado, 14 de novembro de 2009

BASTA!


O que menos preciso no momento, são de pessoas dizendo que "não consigo imaginar te fazendo isto, ou aquilo", ainda mais se "isto" estiver relacionado à minha profissão.
Se não me conhece, não me julgue, e não tire conclusões precipitadas ao meu respeito. Ninguém me conhece o suficiente para fazer tal afirmação, e jamais conhecerá! Minha alma possui segredos e horizontes que somente eu conheço, ninguém mais!
Então, por favor, limite-se à sua insignificância, e não fale o que você não sabe...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Desabafo...



Tenho andado tão cansada de tudo e de todos, que às vezes fico pensando se vou conseguir sobreviver a tudo isto. Pode parecer um pouco drástico, eu bem sei. Mas quando se tem uma vida inteira pela frente, e principalmente uma carreira, tais pensamentos vem à minha mente e eu não posso evitar, está fora do meu controle. Tenho andado muito irritada, a paciência já não existe mais. Mas este sentimento não está relacionado a nada e nem a ninguém, o problema está comigo mesmo. A irritação é comigo, e de uma forma ou de outra, acabo externando isto. Eu havia colocado uma frase no MSN que dizia o seguinte: “eu não acredito em mais nada...” Fui questionada por isto, uma pessoa fez uma observação no meu perfil, dizendo que não acreditava no que estava escrito em minha frase. Bem, esta frase tem um teor dramático, pois eu sou assim, dramática, passional, vivo as coisas com muita intensidade. Mas ela não deixa de ser verdadeira, pois é difícil acreditar em algo ou alguém, quando já se perdeu a fé em si mesmo. Nunca tenho certeza de nada do que faço, preciso sempre pedir a opinião alheia. Se visto uma roupa, fico na incerteza se estou devidamente trajada, e eu não tenho certeza do que digo nem do que quero. O dia mal começa e eu já quero que ele termine. Não quero ter que lidar com os outros, não quero ter que lidar comigo mesma. Se a isto chamam de covardia, que seja! A questão é que a cada dia o ser humano me surpreende de forma negativa, eis o motivo do meu ceticismo, do meu cansaço. Queria ter outra vida, outro corpo, outra mente...

domingo, 8 de novembro de 2009

Onde está a porra da igualdade?


Certa vez estava conversando com uma amiga, e ela me contou sobre um encontro que ela teve com uma pessoa. Ela dizia que tinha adorado que era um cara muito agradável e charmoso, mas queria somente sexo. Imediatamente eu perguntei como ela poderia ter tanta certeza assim, afinal, eu sou daquelas que ainda acredita que as pessoas podem nos surpreender. (No bom sentido)
Minha amiga categoricamente me disse que os homens não levam à sério uma mulher que tem relações no primeiro encontro, que eles só querem sexo mesmo, e depois somem. O que mais me impressionou nesta conversa, foi o tom de conformismo utilizado, houve um momento em que ela chegou a afirmar: “no início eles são todos românticos, mas isto é só pra levar agente pra cama, depois somem. É sempre assim, eu não me iludo.”
Não, eu não acredito em príncipe encantado, mas pensar que este tipo de atitude provinciana ainda existe, me deixa realmente muito frustrada. Afinal, a mulher lutou durante anos para ter uma certa “igualdade”, e mesmo depois de lutas e conquistas, em pleno século XXI, ainda temos homens que mais parecem ter saído das cavernas, e ousam julgar uma mulher que se permite sentir prazer, que quer apenas ter a mesma “liberdade” que o homem tanto preza. E o fazem de forma vil, distinguem as mulheres “pra casar”, e as “que são só pra sexo.”
Tal distinção me faz pensar que nós mulheres ainda temos muito pelo o que lutar. E aí, me vem à mente um pensamento que já se tornou clichê, mas nem por isto deixa de ser verdadeiro. O homem que “pega” uma mulher no primeiro encontro, é erroneamente chamado de conquistador, já a mulher, se ela fica com um homem nestas circunstâncias, é porque ela não passa de uma qualquer, (pra não dizer outra coisa).
Pior ainda foi ter que escutar desta amiga, que para ser levada à sério, é preciso se fazer de santa. Enoja-me este tipo de hipocrisia! Sexo é uma necessidade fisiológica do nosso organismo, então, para que tratá-lo como se fosse algo permitido somente aos homens? Por que as pessoas teimam em colocar certos tabus, em uma coisa tão natural e instintiva quanto uma relação sexual?
Eu não sou a favor da banalização, independente de ser homem ou mulher. O que não suporto é a imbecilidade, a estupidez.

"Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite."

Clarice Lispector

sábado, 7 de novembro de 2009

Fiona Apple - Sullen Girl

Segue a canção que eu mencionei no post anterior:






Sullen Girl




Days like this, I don't know what to do with myself Em dias como esse, eu não sei o que fazer comigo mesma.
All day, and all night O dia todo - e a noite toda.
I wander the halls along the walls and under my breath Eu perambulo nos corredores seguindo as paredes e debaixo da minha respiração.
I say to myself I need fuel to take flight Eu digo para mim mesma:

Eu preciso de combustível - para levantar vôo.


And there's too much going on E há muita coisa acontecendo.
But it's calm under the waves Mas está calmo debaixo das ondas, no azul do meu esquecimento.
In the blue of my oblivion Debaixo das ondas, no azul do meu esquecimento.
Under the waves
In the blue of my oblivion


Is that why they call me a sullen girl, sullen girl? Será que é por isso que me chamam de garota mal-humorada - garota mal-humorada?
They don't know I used to sail the deep and tranquil sea Eles não sabem como eu costumava velejar no profundo e tranqüilo mar.
But he washed me ashore and he took my pearl Mas ele me lavou o litoral e levou minha pérola -
And left and empty shell of me E deixou uma concha vazia de mim.


And there's too much going on E há muita coisa acontecendo.
But it's calm under the waves Mas está calmo debaixo das ondas, no azul do meu esquecimento.
In the blue of my oblivion Debaixo das ondas, no azul do meu esquecimento.
Under the waves Debaixo das ondas, no azul do meu esquecimento.
In the blue of my oblivion Está calmo debaixo das ondas, no azul do meu esquecimento.
Under the waves
In the blue of my oblivion
It's calm under the waves
In the blue of my oblivion



OBS - "Mal-humorada" é no sentido de "humor muito oscilante".

A música sempre teve um espaço especial em minha vida, pois cresci ouvindo meu pai cantar e tocar violão, e posso dizer que meu gosto musical seja totalmente influenciado pelo meu irmão, (motivo pelo qual talvez nos demos tão bem). Poucos são os artistas com os quais me identifico, que conseguem atingir minha alma, e me fazem acreditar que de fato aquela canção foi feita para mim. Dentre os artistas que conseguem este feitio posso destacar: Legião Urbana, Lenine, The Smiths, Joy Division, Cocteau Twins, Tori Amos, Bjork, e claro não poderia faltar a música clássica. Mas há uma cantora em especial que consegue traduzir exatamente o que sinto e o que sou com uma música somente: "Sullen Girl". Trata-se de Fiona Apple, cantora, compositora e pianista estadunidense, dona de uma voz marcante, melancólica, sensual, e que consegue se expressar com maestria através de suas músicas. Fiona tinha tudo para ter seu trabalho reconhecido por sua beleza,(como tantas fazem), afinal, beleza é o que não lhe falta. Loira de olhos claros, lábios perfeitamente carnudos, creio que Fiona seja uma das mulheres mais bonitas do rock (embora não considere que seu estilo seja precisamente o rock, visto que ela "caminha" por vários estilos como: soul, blues, funk, etc). Entretanto, este não é seu objetivo. Ela não quis ser reconhecida apenas por "sua carinha bonita", mas sim pelo seu trabalho, e foi exatamente isto que aconteceu. E este é um dos motivos pelo qual eu a admire tanto. Fiona Apple é a prova viva de que mulher bonita, também pensa, tem talento, tem sentimentos, e não precisa utilizar de seus atributos físicos para ser admirada por milhares de pessoas.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Perguntas à espera de respostas...











Ontem estava olhando o blog, e senti uma vontade sincera em voltar a escrever, tentar ordenar meus pensamentos soltos em algumas linhas...
Eu não ia continuar. Pensei até em excluir o blog porque de uma hora para a outra as coisas perderam o sentido para mim, continuo "vagando" de um extremo a outro, vivo na inconstância, as vezes bem, as vezes mal, sem saber o que acontece de fato.
As coisas não mudaram muito. Somente as perguntas mudaram o foco, mas continuo esperando algumas respostas...
Parei de me perguntar: "O que tenho? Por que sinto as coisas que sinto?". Tudo isto estava me deixando com uma angústia tal, que não cabia no meu peito. A questão agora, é "o que fazer com o que sou? O que fazer com o que tenho?"
Não que isto tenha facilitado alguma coisa, muito pelo contrário. As coisas se tornaram mais difíceis, pois conviver com os outros sempre foi um grande desafio para mim, mas conviver comigo mesma, tem sido o maior de todos os desafios.
Eu também continuo vivendo em um mundo "à parte". E só ontem fui me dar conta disto, quando fui indagada por uma pessoa: " você deve morar na Suiça, né? Lá é tudo perfeito assim."
Bem, o meu mundo não é a Suiça, e nem é perfeito. Pelo contrário, até porque eu não almejo a perfeição, (como diria aquela canção da Zélia Duncan: "quem se diz muito perfeito, na certa encontrou um jeito insosso, pra não ser de carne e osso), mas pelo menos eu posso ser eu mesma, não preciso mentir, e nem enganar meus sentimentos.
E não há perguntas sem respostas. É o meu único refúgio, onde encontro minha paz...

"E se me acha estranha, por favor respeite. Até eu tive que me respeitar!"
Clarice Lispector