sexta-feira, 21 de maio de 2010

terça-feira, 4 de maio de 2010

O peso das palavras...


Essa foi mais uma noite que passei divagando. E é engraçado, porque quando ficamos sem dormir, muitas questões vem à tona, algumas realmente têm consistências, mas outras aparentemente não têm sentido algum.
Foi o que me aconteceu nesta madrugada. Pensei em problemas reais, mas também pensei em coisas abstratas aparentemente irrelevantes. E hoje ao acordar, recordei-me de cada pensamento e comecei a intercalá-los, me lembrando de quantas vezes ouvi de algumas pessoas a seguinte frase: "não sou hipócrita, falo o que penso, estou sendo sincero", ou ainda: "tenho o direito de dizer o que penso".
Ok, vamos por partes. No momento em que me lembrava dessas frases que acredito já terem se tornado clichês, também me recordei de uma pessoa que disse uma vez: "dizer o que pensa não é democracia, democracia é dizer o que pensa, mas com responsabilidade."
Fiquei me perguntando se dizer o que pensa, sair disparando contra todo mundo que nem uma metralhadora desgovernada é ser demócratico. E mais, será que isto é ser sincero?
Não me parece que dizer o que pensa doa a quem doer, sem se importar se isto irá ferir ou não, seja democrático. Não que eu acredite que deve-se dizer apenas aquilo que o outro quer ouvir, nunca concordei com isso, pois se se diz apenas o que o outro quer escutar, não estamos contribuindo com o amadurecimento alheio.
Acredito que existem formas das coisas serem ditas, e momentos propícios. Saber escolher as palavras, o momento certo, ou até mesmo deixar de dizer algumas coisas, esta mais ligado com sabedoria do que com hipocrisia. Pessoas que se autointulam "sinceras, verdadeiras", geralmente não se preocupam muito com o sentimento alheio, e nem com as consequências que suas palavras podem trazer. Desconhecem o peso que elas possuem. E aí me vem outro questionamento, se se diz o que quer a hora que bem entender, então deve-se estar preparado para ouvir também, pois não? Acontece que pessoas assim geralmente não sabem ouvir, e não aceitam uma opinião que seja contrária a sua.
Eu também gosto de ter razão. Quem não gosta? Quem gosta de ser contrariado? Ninguém gosta. Mas não me parece muito coerente dizer o que se quer e no momento de ouvir, não aceitar que o outro revide.
As palavras pesam e podem machucar. E dificilmente são cicatrizadas. E a impressão que tenho é a de que "os sinceros", não estão muito preocupados, afinal, estão com a consciência tranquila, pois "é melhor machucar com uma verdade do que com uma mentira". Por favor, não pensem que sou a favor da mentira! Mas é que "os sinceros", geralmente não se preocupam muito se magoaram ou não, o importante é falar.
O homem erra a todo momento. Faz parte da natureza humana. As vezes acontece por querer, outras vezes nem temos consciência dos nossos erros. Magoar o outro com uma verdade dita de forma errônea é errado? Sim. Pois a partir do momento que trazemos sofrimento a outrem, perdemos nossa razão...

sábado, 1 de maio de 2010



"Achei que fosse um pássaro, mas era só um saco de papel..."

Trecho extraído da música Paper Bag de Fiona Apple