domingo, 24 de julho de 2011

O sonho

Já era noite e ela dormia. Ela. A mulher que teve de matar uma parte de si para continuar vivendo naquele caos. E por que então estava andando em círculos? Por que Hanna não conseguia andar em linha reta?
Estava em um labirinto, e em cada parte daquele lugar escuro e confuso tinha alguém que ela conhecia pedindo que fizesse sexo de todo tipo. Até Lucy estava ali se mostrando, mandando que Hanna a beijasse. Os dois homens que abusaram e a agrediram, queriam que ela fizesse ménage, Hanna podia ouvir vozes por todos os lados chamando-a, imagens eróticas apareciam, mulheres com homens, sexo grupal, fantasias bizarras, e ela de repente foi lançada para o alto e se viu dormindo no meio daquele labirinto. O labirinto era seu próprio corpo! As imagens e pessoas estavam em todas as partes, na sua mente, nos seios, na barriga, pernas. Hanna foi lançada de volta para o labirinto, ou seja, de volta para seu próprio corpo e sentia que se fizesse o que pediam, jamais sairia dali.
Encontrou um canto mais tranquilo e se agachou, ficou pensando em como sair dali, mas foi interrompida por uma voz:
"Hanna! Vai desistir agora? Esta vendo que seu corpo e sua vida se tornaram um labirinto?" - ela olha para o lado e se depara consigo mesma vestida de branco, fica assustada e mesmo assim escuta:
"O que acontece menina? Por que esta aqui? De quem quer fugir quando faz sexo? Eu sei. Quer fugir de você mesma, esquecer quem é e do que fizeram com você. No fundo você quer ser cuidada e amada, não é? Agindo assim, tudo que acontecerá é se perder cada vez mais dentro de seus próprios desejos. Isso tudo só traz um prazer fugaz, momentâneo, e sei que esta cansada, não esta? Sei que esta. Saia daqui Hanna e trace seu próprio caminho reto, não espere por ninguém. Vá!"
Hanna se levantou e saiu correndo sem direção e caiu. Nesse momento ela acorda assustada, olha para o lado, Lucy já tinha chegado e dormia. Se sentia cansada e estava suada, achou que um banho lhe faria bem.
Durante o banho, se lembrou de cada detalhe do sonho e começou a chorar. A voz parecia estar ainda na sua cabeça, não conseguia esquecer. "Preciso de um tempo para mim" - disse quase sem voz já saindo do banheiro e entrando no quarto.
Quando se deitou, percebeu que seria outra noite longa.

sábado, 23 de julho de 2011

O que esta acontecendo Hanna?


Hoje era um daqueles dias que Hanna queria ficar sozinha com seus pensamentos. Lucy a convidou para sair, mas ela se recusou, disse que não estava se sentindo bem e que precisava estudar.
Quando Lucy saiu, Hanna se trancou no quanto e começou a refletir: "Hanna, Hanna, o que esta acontecendo? O que há de errado?", sua pele esta mais espessa, o coração mais fortalecido, então por que estava se permitindo vivenciar sempre as mesmas coisas? Por que esta com a sensação de andar em círculos?
Sabia que já tinha experimentando várias formas de sexo, o que para ela não era ruim, já que podia distinguir com propriedade o que era bom e o que não era. No entanto, algo faltava, se sentia cansada, seu coração ainda estava machucado e já tinha necessidade de andar em linha reta, queria algo sólido, um ponto de equilíbrio.
"Estou tão cansada, quero chutar toda essa merda de uma vez. Estou cansada da mesma história, quero um filme diferente." - era o que pensava sentada na janela e olhando o movimento da rua.
Ela estava com a "síndrome da falta". Falta que todos sentimos e nem sempre sabemos a razão, porque tudo parece estar em tão perfeita harmonia, mas na realidade nos cansamos e queremos sempre mais. O que Hanna tinha era preocupação pela formatura que estava chegando, e ausência. Ausência de alguém, cansaço de migalhas, vontade de ter não só sexo, mas também carinho, atenção e sobretudo amor. Sentimentos que lhe foram negados, achava que não era merecedora, queria apenas viver como uma mulher "moderna" e se esqueceu da necessidade que todo ser humano tem de amar e ser amado.
"Então é isso! Sinto falta de amor, alguém que me escute e que me resgate de mim mesma."
Ao ter consciência do que de fato lhe afligia, seu coração se aquietou e pode enfim dormir mais tranquila.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

O Ménage


Domingo. Nada para fazer à tarde. Lucy e Hanna já estavam morando juntas e estavam entediadas, nenhum telefonema, nada na televisão, as duas estavam se sentindo no meio do nada.
Decidiram dividir o apartamento para redução de despesas, o pai de Lucy havia lhe cortado a gorda mesada e estava montando sua loja de roupas com as economias que juntou por anos. Hanna tinha o dinheiro que seu pai lhe mandava, mas preferiu morar com alguém, acreditava que a solidão não fizera bem, embora as vezes necessitava da mesma para os estudos, ou até mesmo para pensar, fumar seu cigarro, ouvir suas músicas, e nesses momentos, Lucy respeitava porque também necessitava da solidão.
_Hanna vamos dar uma volta? - disse Lucy já quase explodindo com aquele marasmo.
_Você é quem sabe Lucy, mas a cidade não deve estar tão diferente desse apartamento.
_Ah vamos! Pelo menos a gente não fica aqui olhando uma para cara da outra.
Se arrumaram, estava quente, Lucy vestiu uma bermuda com uma regata, e Hanna usava um vestido rosa claro com chinelos.
Lucy começou a dirigir a esmo. Não sabia exatamente para onde iriam, mas de repente viram uma rua cheia de gente, com música ao vivo, cadeiras por todos os lados e resolveram parar ali pelo menos para sentirem o ambiente.
_Hanna vou pegar uma cerveja, quer alguma coisa?
_Não, obrigada, por enquanto não, pode ir que te espero aqui.
Enquanto Lucy foi pegar a bebida, Hanna foi abordada por um homem bem mais velho e começaram a conversar:
_Oi. Tudo bem? Meu nome é Marcos.
_ Como vai? Sou Hanna.
_Muito prazer! Você é muito bonita, não pude deixar de observar quando você desceu do carro.
_Vejo que você é bastante observador, não?
_E eu vejo que além de bonita é inteligente.
_Sim eu sou.
Os dois começaram a rir, e enquanto Lucy voltava, também foi abordada por um rapaz e ela rapidamente se esqueceu de sua amiga, as vezes notava que os dois estavam rindo e viu que um outro homem se aproximou.
_Carlos! Deixa eu te apresentar a Hanna! - diz Marcos
_Muito prazer mocinha.
_Prazer, e obrigada pelo "mocinha".
Os três riram, e Hanna não pode deixar de observar que Carlos também era mais velho, os dois deviam ter entre 50 e 55 anos, não sabia ao certo.
_Hanna, você esta conhecendo o melhor médico da cidade!
_Ah o que é isso! E você esta diante do melhor fotótografo!
"Pronto! Começaram a rasgação de seda, homem em qualquer idade precisa sempre se gabar de algo?" - pensou consigo.
_ E os dois estão olhando para a melhor estudante da cidade e futura melhor psicóloga!
Os três começaram a rir, Hanna não sabia ao certo do que riam, mas ela ria dos dois que não tiravam os olhos de seu decote.
Ela procura Lucy, e nota que a amiga já estava muito bem acompanhada, e ainda fazia um sinal que Hanna não pôde entender.
Os três conversaram por algumas horas, convenceram Hanna de beber, ela aceitou, e não demorou muito para saírem dali. Foram para um lugar reservado, era um piano bar e pediram vinho tinto.
_Vamos brindar à beleza de Hanna! - disse Carlos
_Brindaremos à minha beleza e inteligência!
Os três já estavam ébrios, e não demorou para falarem de sexo.Partilharam intimidades, coisas que até mesmo Hanna ficou estarrecida, mas excitada. Eles a olhavam como se estivesse nua, e começou a gostar da sensação de ter dois homens desejando-a.
Os dois homens começaram a acariciar as pernas de Hanna, os garçons olhavam com olhar malicioso, e ela gostava daquilo, se sentia disputada, era como se pudesse escolher, mas não queria. Queria os dois.
Marcos estava ao seu lado, e lhe deu um beijo, enquanto Carlos pegou sua mão e a colocou em seu sexo. Hanna beijava um homem e acariciava outro, achou a sensação incrível, estava excitada, era uma situação totalmente inusitada.
Saíram dali e foram para um motel. Quando chegaram lá, Carlos apalpou os seios de Hanna, enquanto Marcos a beijava. Se despiram, e se deixou penetrar por carlos, enquanto fazia sexo oral no outro.
Estava êxtase. Eram quatro mãos acariciando seu corpo, eram dois homens disputando para terem aquela mulher que não continha mais seu prazer. Ficou de quatro, e inverteram os papeis, Marcos a penetrava com avidez enquanto ela fazia sexo oral no outro homem.
As vezes nem ela entendia o que estava acontecendo, só sabia que gostava daquela sensação de ser possuída por dois homens.
Foram para a banheira e ela sentou em Marcos. Enquanto os dois transavam, Carlos se aproximou de Marcos e lhe ofereceu seu membro para que ele chupasse. Hanna nunca tinha presenciado algo tão erótico, aquilo fez com que logo ela tivesse seu orgasmo, e os doi levaram para a cama. Seu corpo mollhado pela água e pelo gozo atiçaram ainda mais os dois e Hanna não pode se conter, deixou que os dois a penetrassem. Era um prazer indescritível! Um homem lhe penetrando o sexo e o outro o ânus, tocavam seus seios, puxavam os cabelos e ela sentia que tinha total domínio por eles, eram seus escravos que estavam ali, se submetendo a qualquer coisa para dar-lhe prazer.
E foi com esse pensamento que ela goza de novo, os outros também gozaram, mas Hanna só queria sentir aquele momento que tinha sido único para ela. Sempre ouvira sobre ménage, mas não podia imaginar que fosse tão bom.
Vestiram suas roupas, e eles a deixaram na porta do prédio onde morava.
_Adorei rapazes. Foi um prazer conhecê-los.
Enquanto Hanna descia do carro, eles a interromperam perguntando quando se veriam de novo.
_De novo? Quem sabe o acaso não nos traga sorte? - e entrou rindo no prédio.
Lucy estava na sala com o rapaz que tinha conhecido.
_Hanna onde você estava?
_Depois te conto.
Tomou banho e foi dormir cansada, mas extremamente satisfeita por ter experimentado algo novo. Era como se estivesse vivendo tudo, porque sabia que o melhor ainda estava por vir...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O toque



Quero ser tocada
Quero mãos em volta do meu corpo
Sentindo minha respiração ofegante
O suor saindo dos poros
Seios que endurecem
Líquidos escorrendo pelas pernas
E no meio dessa confusão erótica
Gemidos, sussurros
Orgasmos
Sem medo de ser censurada
Beijos, línguas
Por todos os lados
É só um corpo procurando prazer

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A Festa


Hanna ficou uns dias na casa de Lucy. As duas se tornaram grandes amigas, saíam juntas e sempre conversavam sobre suas intimidades, Hanna contou sobre seus namoros, sua vida conturbada, os estupros e Lucy falou da relação difícil com a mãe. Era de família rica, mas somente seu pai lhe dava o apoio que necessitava, tanto afetivo quanto financeiro.
Estava chegando uma festa tradicional da cidade: a festa à fantasia. Lucy queria ir de pirata, e Hanna decidiu ir de dominatrix.
_Dominatrix? Mulher isso não combina com você! - disse Lucy espantada
_ Combina sim. Depois de tudo que aconteceu adoraria ter um homem me adorando, totalmente submetido a mim. Me tocar? Só se eu quisesse. Lucy no sexo, é a mulher quem deve comandar, não percebeu isso ainda?
Lucy olha para Hanna e as duas começam a rir. Hanna mostra a Lucy sua roupa: uma minisaia de couro, com um corselet também em couro e uma capa transparente e um chicote tudo na cor preta.
_Nossa você ficou gostosa! Vem cá deixa eu tirar seu corselet - disse Lucy brincando. E assim era a relação das duas, brincadeiras, assuntos sérios, confidências.
Chega o dia da festa. O local era aberto e haviam várias tendas, em cada uma delas era um show diferente, e quando as duas entraram, todos ficaram olhando paralisados. Alguns não entendiam a fantasia de Hanna, mas outros ficaram loucos ao ver uma mulher vestida de domme, usando batom e unhas vermelhas.
_Parvos! Ficam com a ilusão ridícula de comandarem, mas o que querem mesmo é uma mulher que os submeta às mais constantes humilhações. - Dizia para si mesma enquanto caminhava em meio à multidão.
Dançaram, beberam, e Hanna decidiu acender um cigarro encostada em uma árvore. Olha para o lado e reconhece o homem que a esbofeteou e estuprou vestido de cigano encarando-a. Hanna não se deixou intimidar, retribuiu o olhar e acenou com a cabeça.
Ele se aproxima:
_ Oi Hanna.
_Como vai?
_Bem. Você esta muito bonita. Diferente, esta mais magra, vestida de domme, só cortou o cabelo que pena...
_Sim. Homens como você devem lamentar quando uma mulher corta o cabelo.
_Por que?
_Porque vocês são pré-históricos, e aí uma mulher de cabelo curto fica sem ter o que puxar. Somente homens inteligentes e diferentes gostam de mulher com o cabelo curto.
_Nossa! Não precisa falar assim! Continuo te achando sexy e tenho saudades daquele tempo.
_Sabe que eu também tenho?
Lucy olha para Hanna e faz um sinal como se estivesse pedindo para que ela saísse dali. Hanna diz algo no ouvido daquele homem e os dois saem, Hanna faz um sinal para Lucy pedindo que tenha calma.
Os dois entram no carro e vão para o motel. Era o mesmo que costumavam frequentar. Quando entram no quarto, ele apaga a luz.
_Acenda a luz! Quem foi que disse que quero a luz apagada?- diz Hanna impaciente
Ele obedece e começa a se aproximar de Hanna. Quando estava a ponto de beijá-la, Hanna pega seu chicote e bate com ele na cama.
_ Você tá louca? Quer que eu te pegue de novo e te ensine a usar esse chicote?
_Vem, pegar! Sabe o que vai acontecer? Você vai preso. A minha amiga sabe que estou aqui com você, se me acontecer qualquer coisa você vai preso. E nós sabemos que sua ficha não é muito limpa, não é?
Ele fica imóvel.
_Então, acho melhor ficar quieto e fazer o que eu mandar, certo? Pode ajoelhar! Anda!
Ele se ajoelha e se rasteja até os pés de Hanna, olha para cima com os olhos cheios de água.
_Beija seu verme!
Ele beija os pés de Hanna, e não conseguia entender que aquela situação de humilhação excitava-o, embora não quisesse admitir.
_Tira a roupa!
_ E você não vai tirar?
_Eu mandei você tirar, é surdo por acaso? Rápido, ainda quero voltar para a festa.
Ele tira a roupa e Hanna manda que ele se sente em uma cadeira. Amarra suas mãos e quando percebe que esta imobilizado, Hanna tira a saia e fica somente com o corselet.
_Deixa eu te beijar! Por favor, tô implorando! Deixa!
_Cala a boca! E Hanna lhe dá uma bofetada que o faz cair no chão.
_Quem manda aqui sou eu. Agora você esta vendo como é bom levar uma bifa não é? - e enquanto dizia, pisava em seu pescoço. - Você é um porco, sabe que olhando assim para você fico até com pena. Não você não merece piedade e nem que eu lhe conceda nada. Muito pelo contrário.
Hanna se posiciona de maneira que a cabeça dele ficasse entre suas pernas, e ela então urina em sua boca e estranhamente ele bebe o liquído, engolia como se fosse um elixir, como se precisasse daquela bebida para matar sua sede.
_Pronto, isso é tudo que terá de mim. - dizia enquanto vestia sua saia e calçava os sapatos.
Pegou o celular, e ligou para Lucy.
_ Pode vir me buscar.
_Espera Hanna! Vai me deixar amarrado aqui? Me solta pelo menos!
Hanna olha para trás com um olhar altivo e diz:
_ Te vira.




domingo, 17 de julho de 2011

Vivenciando fantasias


Hanna era uma mulher sem medo de ousar. Aprendeu a trabalhar sua sexualidade a seu favor, aprendeu a transar por prazer, sua cabeça não tinha preconceitos, acreditava que como ser humano merecia ter o que todos tinham.
Foram dois estupros. Em sua mente ela acreditava que precisava ter o prazer que lhe foi negado.
Certa noite, alguns amigos apareceram a convidaram para sair. Tomou um rápido banho, vestiu uma roupa preta com botas pois estava um pouco frio. Quando entrou no carro, já lhe ofereceram um cigarro e uma taça de vinho:
_Hanna hoje vamos comemorar!
_Legal, mas comemorar o que exatamente?
_Ué, hoje é aniversário da Juliana, esqueceu?
_Cara que vacilo! Nossa Ju me desculpe, parabéns!
_ Tá tudo bem, a gente só quer que você venha comemorar, no lugar que eu escolhi, topa?
_ E onde é?
_Uma boate GLS
_Ah gente até parece, né? Acham que vou ficar de frescurinha para entrar em uma boate? Vamo embora então!
Chegaram na porta e estava cheia de gente. Hanna só pensava em se divertir com seus amigos, contavam piadas, riam como se ninguém observasse.
Conseguiram entrar, e o ambiente era lindo! Luzes verdes iluminavam dançarinos e dançarinas que ficavam em uma espécie de gaiola, dançando semi-nus. Haviam pessoas de todos os tipos: gays, heteros, lésbicas, clubbers e a música era contagiante, impossível ficar parado.
Depois de duas horas ali, Hanna pediu um tempo para tomar água, foi até o bar. Enquanto esperava para ser atendida, percebeu que estava sendo observada. Olhou para o lado e viu uma bela loira, de cabelos platinados, estatura média, unhas vermelhas e roupas pretas como as de Hanna. Ela não teme o olhar de Hanna e a cumprimenta:
_Tudo bem?
_Tudo bem, obrigada, e você?
_Bem. Muito prazer, meu nome é Lucy.
_ O meu é Hanna, prazer!
_ Será que eu podia te pagar um drink?
_Obrigada, só vim pegar uma água.
Vendo a expressão de decepção de Lucy, Hanna resolveu aceitar:
_Ok, tomo um drink com você, mas depois preciso voltar para os meus amigos, estão me esperando.
_Sem problemas.
Pediram duas doses de martinis e ficaram conversando coisas triviais. Ambas moravam na mesma cidade, Lucy era filha de banqueiro, e Hanna explicou que estava ali para concluir os estudos.
_Posso te perguntar uma coisa? - diz Lucy
_Claro.
_Tu curte mulher?
Hanna deu uma risada, e as duas começaram a rir.
_ Cara nunca experimentei.
_Se eu te contar uma coisa, não fica assustada? Sou bi, e te achei a mulher mais bonita desse lugar.
Hanna sentiu um frio na barriga. Era a primeira vez que ouvia um elogio de uma mulher, ficou baratinada, queria sair dali, mas ao mesmo tempo queria ficar, não soube o que dizer e caiu na gargalhada já ébria pelo vinho e o martini.
Sem pensar duas vezes, Lucy a beija de surpresa e Hanna corresponde. A única coisa que pensou foi que aquele beijo era o mais delicioso que já havia experimentado.
Lucy a puxa para a pista de dança, Hanna toma o restante do martini, e as duas começam a dançar sensualmente. As pessoas pararam para olhá-las, Lucy ia por detrás de Hanna, colocava a mão em sua cintura e sentia o cheiro do seu pescoço. Hanna estava completamente seduzida por aquela mulher de unhas e lábios vermelhos.
Lucy coloca uma cadeira no meio da pista. Senta Hanna e começa a dançar sobre ela, sentava em seu colo e beijava seu rosto, sua boca, acariciava e puxava seus cabelos ao mesmo tempo. As pessoas aplaudiam extasiadas com a cena.
Depois de dançarem, Lucy puxa Hanna e saem correndo da pista e entram em um lugar privado.
_Lucy tenho que ir - dizia Hanna rindo
_Psiu! Hoje você passa a noite comigo.
Lucy beijou ardentemente Hanna, e quando percebeu que ela estava excitada, puxou-a novamente, e saíram da boate no carro de Lucy. Enquanto dirigia, Hanna era acaraciada nas partes íntimas, elas se beijavam em pleno trânsito e era como se só existissem as duas.
_Lucy você é louca mulher! Pra onde você tá me levando?
_Para o meu apartamento, quero fazer amor com você.
Hanna a encara com um misto de medo e desejo.
_ Por que você me atrai? Eu não sou lésbica nem bi. Mas você tem algo que não me deixa dizer não.
_Então não diga não! Deixa eu te mostrar o que nenhum homem foi capaz de fazer.
Chegaram no apartamento, era pequeno, mas muito bem decorado, os objetos verdes, quadros por toda a parte, e no quarto de Lucy uma cama de casal e um quadro de duas mulheres nuas se amando.
_Vem, deita na cama.
Hanna obedece e começa a sentir as mãos de outra mulher tirando sua roupa. Hanna se viu completamente nua e entregue a uma estranha, aquela situação lhe causava medo, mas tambéma excitava. E Hanna fez o mesmo: tirou as roupas de Lucy, e as duas estavam ali, nuas em uma cama de casal.
_Não sei o que fazer - diz Hanna meio envergonhada.
_ Não se preocupe, eu ensino você.
Lucy deita por cima de Hanna, e a beija. Hanna se entrega àquela sensação inusitada e prazerosa, retribuía as carícias e os beijos. Lucy tocava e beijava os seios de Hanna com cuidado, mas também com avidez e só se escutava os gemidos naquele quarto escuro.
Todo o corpo de Hanna foi acariciado e beijado. Quando Lucy chegou no sexo, Hanna se contorceu, pedia que não parasse, e as mãos daquelas mulheres se encontraram, era como se Lucy dissesse: "confie em mim".
Hanna não conseguiu por muito tempo e teve seu orgasmo. Um gozo que nunca tinha sentindo antes, e Lucy lambia das pernas de Hanna aquele líquido que jorrava de seu sexo.
_ Você é linda! - disse Lucy no ouvido de Hanna, já quase adormecida.
Lucy a abraçou por trás e adormeceram juntas como duas mulheres livres que eram.

Ela se ama de novo

Já era tarde e Hanna não conseguia dormir. Seu corpo queimava pelo calor e pelas lembranças de noites em que foi amada. Apesar de tudo que sofreu, Hanna sentiu prazer, sentiu o gozo escorrer por entre suas pernas e ela queria isso de novo, mas não para esquecer quem era, e sim porque reconhecia sua condição de mulher e sabia que merecia todos os prazeres do mundo.
Usava uma camisola branca quase transparente, levantou-se da cama, e ficou em frente ao espelho observando as curvas de seu corpo sob o pano leve e fluído.
Vagarosamente, Hanna tira a camisola e começa a se olhar, estava mais magra e a visão lhe agradava. Tocou seus seios e reparou como eram macios, logos ficaram duros e Hanna sorriu com uma risada marota, mas ao mesmo tempo sensual.
Ela queria sentir tudo. Tocou os cabelos, a pele do rosto, seu pescoço, os ombros cor de jambo, seios, barriga até colocar delicadamente a mão sobre seu sexo. Ah que sensação maravilhosa! Poder se dar prazer, algo indescritível que só mesmo uma mulher sem pudores conseguiria.
Hanna deita-se na cama. Abre suas pernas, acaricia as coxas, coloca os dedos na boca e em seguida, deixa-os escorregar até seu clitóris. Ela pensava consigo que se as mulheres soubessem explorar seu corpo, seriam sexualmente mais satisfeitas.
Continuou movendo seu clitóris, e ao mesmo tempo tocava os seios. A velocidade foi aumentando porque Hanna estava sedenta e quanto mais mexia consigo, mais queria. Os seios estavam duros, a pele arrepiada, podia sentir o liquído escorrendo de suas mãos, e nesse movimento frenético, Hanna tem seu orgasmo, o gozo que ela mesma se proporcionou.
Colocou os dedos na boca porque queria sentir seu sabor. Estava exausta, mas feliz. Permaneceu nua durante horas na cama, até adormecer se sentindo bem consigo mesma, feliz por ter se amado mais uma vez como nenhum homem foi capaz.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Encontro inesperado


No dia seguinte, Hanna se levantou mais cedo para fazer suas compras semanais. Acordou bem disposta, cantando, tinha dormido bem, estava renovada. Nem se produziu muito como fazia antigamente, numa tentativa frustrada de chamar atenção seja lá de quem fosse, dessa vez se vestiu com simplicidade: um vestido estampado com pequenas flores e uma sandália baixa. Sentia-se especialmente à vontade.
Foi ao supermercado como era de costume e comprou frutas, produtos de uso pessoal, leite e pão. Todos a olhavam admirados, pois como já era conhecida pelos funcionários, eles se espantaram com a mudança de visual e o bom humor de Hanna:
_Hanna você teve coragem de cortar o cabelo? Nossa adorei a mudança!
_ Ah obrigada! Ouvir elogios é sempre bom.
_Parabéns pela mudança e pela beleza!
Hanna saiu do supermercado com as palavras da funcionária em sua cabeça e pensou que se soubesse disso, teria cortado o cabelo antes.
Enquanto voltava para casa, Hanna escutou uma voz chamando seu nome. Olhou rapidamente para ver quem era, e quando se deu conta, suas feições mudaram. Seu olhar alegre e amistoso tinha se transformado em olhar de despreso e indiferença. "Ele, aquele imbecil que deixou que seus amigos me vissem" - falava baixinho enquanto esperava aquele homem se aproximar.
Sim, ela esperou. Não fugiu como faria em outra ocasião, ficou em pé na calçada esperando-o, e estava muito tranquila e fria o bastante para conversar.
_ Oi Hanna! Que bom te ver!
_Olá! Como vai?
_Bem, e você me parece muito bem, cortou o cabelo, emagreceu.
_Sim estou muito bem.
_Sabe, tenho saudades de você, das nossas loucuras. Lembra-se? A gente era muito louco, né? Cara, às vezes fico viajando e lembrando, você foi a pessoa mais porra louca que conheci. Tu curtia cada coisa! A gente podia marcar de sair um dia desses, ainda mais agora que você tá com esse visu novo, nossa ia ser demais!
Enquanto ele falava, Hanna apenas ouvia. Quando chegou sua vez de falar, levantou a cabeça devagar, e encarou-o com um misto de sentimentos: era piedade e indiferença. Mas não perdeu a oportunidade de responder de acordo com o que estava sentindo:
_Engraçado. Enquanto você falava, compartilhava comigo seu momento de nostalgia, esperando que eu também ficasse nostálgica, eu não consegui, por quê? Vou de dizer o motivo, eu mudei muito, sei que muitas coisas foram culpa minha, mas isso me fez mudar. E vendo você, percebo que você continua no mesmo lugar de onde te achei. Sabe onde? Na merda. Cara, você já tem uma certa idade quando é que vai cair em si? Não sente vergonha da sua filha? Um dia ela vai crescer e vai ver o belo pai que tem, e posso garantir que ela não ficará orgulhosa.
Quando Hanna pronunciou essas palavras, ele abaixou a cabeça e uma lágrima caiu de seu rosto.
_Olha, desculpe se fui grosseira, eu que sempre disse que nunca seguiria seu exemplo. Não queria humilhar você, apenas fui honesta. Agora, tenho que ir, ok? Te cuida!
Hanna deu as costas, e ele ficou parado de cabeça baixa na calçada. Ela continuou andando como se nada tivesse acontecido, e parou em uma sorveteria. Ficou ali sentada, observando o movimento e saboreando seu sorvete de leite condensado.

sábado, 2 de julho de 2011

O Duelo


Há determinados momentos em nossas vidas, que sentimos como se convivessemos com dois de nós, porém com personalidades distintas. É como se tivéssemos um rival interior que precisa ser derrotado, o bem e o mal dentro de uma só pessoa. E não existe ninguém para ser derrotado, todos temos essa dualidade.
Hanna estava travando uma batalha consigo mesma, sabia disso quando acordou pela manhã e se lembrou do sonho que teve. Vestida de preto, com ar dominador, dizendo coisas que a fizeram se sentir humilhada e culpada, como no dia em que recebeu a carta misteriosa chamando-a de patética. A carta nada mais era que uma reprodução de seu inconsciente, seu "eu malígno" querendo destruí-la.
Hanna se levanta da cama rapidamente e vai para o computador, precisava escrever o que estava pensando, sentindo:

"Sei quem é você. No dia que recebi aquela carta, pensei ser de um homem, mas agora estou ciente de que eu mesma queria me boicotar. E foi o que tentei fazer novamente esta noite, depois de ter tido um dia exaustivo, mas com as esperanças renovadas. Não vou brigar novamente, agora entendo tudo. Você queria me alertar, foi o seu jeito de dizer que não devo ser boa demais como estava sendo. Sei que minha sensualidade ficou comprometida depois de tudo que aconteceu, então me ensine a usar esta sensualidade a meu favor. Me ensine a ter mais malícia para que eu não caia sempre nas mesmas armadilhas, vamos encontrar um equilíbrio."

Hanna permanece sentada e pensa consigo que se tivesse escutado esta "voz" mais vezes, poderia ter evitado muitas coisas. "Mas não quero me lamentar, estou me conhecendo a cada dia, o que passou não volta mais." - disse sozinha, e em seguida se levantou e preparou seu café da manhã.