quinta-feira, 19 de maio de 2011

Foi só mais uma noite...


Era uma noite de sábado e Hanna decidiu ir a uma boate que ficava perto de sua casa, estava se sentindo entediada e sozinha, o lugar era bem frequentado e pensou que naquela noite precisava fugir um pouco de si mesma.
O ambiente era bonito, com luzes por toda a parte, decoração moderna cheia de estilo. Parecia um outro mundo, pelo menos para Hanna que estava acostumada a viver sozinha no seu pequeno apartamento.
Para aquela noite ela tentou se produzir e se sentir bonita. Vestiu uma calça com uma blusa preta que tinha um decote generoso na frente, revelando seu colo e parte dos seios. Não era nada vulgar, era algo que chamava a atenção e fazia Hanna se sentir especialmente sensual. É claro que havia um pouco de provocação, não era só uma questão de autoestima, é que ela gostava e achava até engraçado o jeito que certos homens a olhavam. Alguns olhares a faziam se sentir bonita, mas outros eram tão evidentes e indiscretos que logo a palavra "babaca" vinha à sua mente e Hanna ria sozinha dos pobres coitados.
Quando chegou ao local, já foi logo pedindo uma bebida e todos a olhavam com cara de espanto, imaginando o que uma mulher faria sozinha naquele ambiente. Hanna não queria saber, tinha tanto direito de se divertir como qualquer um ali dentro, afinal, tinha pagado como todo mundo.
Não demorou muito para que ficasse ébria e começasse a dançar sem se importar com nada. Ah que sensação maravilhosa! Sentia como se os problemas fossem inexistentes, fechava os olhos e só sentia a canção, seu corpo já não obedecia mais a mente, mas sim a música e ela se deixava levar sem se preocupar se estaria ou não no ritmo.
Após algumas músicas, Hanna olha para o lado e percebe que esta sendo observada por um homem que lhe chama a atenção. Estava bem vestido, era alto, moreno, com um olhar penetrante e enigmático que despertou o interesse de Hanna.
O homem ao perceber que estava sendo correspondido, se aproximou e se apresentou: Gabriel. Conversaram e beberam juntos, ele era extremamente encantador. "Eu poderia ter uma noite de amor com ele. Sim, por que não? É bonito, simpático, inteligente e esta interessado em mim." - Hanna pensava e já não fazia mais questão de esconder os olhares e corresponder aos flertes.
Gabriel a beija. Ela se sente envolvida por uma sensação absolutamente surreal, não poderia descrever, só sentia que um calor incendiava seu corpo e já não conseguia mais deter as mãos que percorriam seu corpo.
"Vamos sair daqui" - Gabriel propõe sem fazer média e Hanna entorpecida pelo vinho e pelo desejo não pestanejou: "vamos".
Vão para um motel e lá chegando, Gabriel começa a tirar sua roupa e agarrar Hanna como se quisesse engolí-la. "Espere!" - ela pede quase ordenando, afinal onde estaria aquele homem galanteador que parecia ser diferente dos símios que tinha conhecido utimamente? "Esperar o que? Estou louco de tesão" - Gabriel despe Hanna e a beija violentamente. Ela estava excitada também, mas se sentia incomodada quando Gabriel começou a morder seus seios, e lamber seu rosto. "Ok. Vou ter paciência e ensiná-lo como se faz" - pensava consigo, e tentava acariciá-lo, mostrar-lhe aquilo que ela verdadeiramente gostava e esperava de um homem.
Foi inútil. Gabriel a jogou na cama, colocou a camisinha e a penetrou. "Mas assim? Do nada? Sem sexo oral, sem beijos, sem preliminares? Eu nem estou lubrificada!" E ela só queria que ele gozasse logo para irem embora dali.
Hanna não sabe quanto tempo levou aquele movimento de entra e sai, só sabia que tinha demorado mais do que queria. Gabriel enfim tem seu tão esperado orgasmo, levanta da cama se limpa rapidamente e começa a se vestir. "Vamos então?" - fala para a mulher nua deitada na cama esperando ainda um pouco de prazer.
Ao chegarem na porta do edifício, Gabriel diz:
- Adorei a noite!
Hanna teve vontade de esbofeteá-lo, mas se conteve:
- Gostou? Pois eu não! Sinto muito, mas você é do tipo que só sabe falar, mas na realidade não sabe nada sobre o prazer feminino! Ou você é muito egoísta para perceber o que uma mulher quer, ou então não passa de um narcisista que acredita que vou ficar excitada com sua nudez!
Você não sabe que o prazer da mulher vai muito mais além? Desconhece as preliminares? Pois é isso que excita uma mulher! E sabe o que é mais revoltante nisso tudo? É saber que você vai se gabar com seus amigos amanhã, dizendo que pegou uma gostosa na boate e que ela ficou completamente louca e apaixonada! Pois saiba que comigo acontecerá o contrário, quando encontrar com minhas amigas vou contar da noite decepcionante que tive, que o homem que conheci mordia meus seios como se tivessem uma casca dura por cima, e não teve sequer a curiosidade de saber como é meu sexo! Acha que sexo casual não precisa ter respeito, sensibilidade? É por isso que me canso! Os homens parecem achar que o sexo por ser casual, é cada um por si, cada um que encontre o seu prazer! Pois isso para mim esta errado!
E o seu beijo? Precisava colocar toda a sua língua na minha boca como se quisesse me devorar viva? Na boate você não me beijou assim, o que era? Queria me convencer de ir para a cama com você? Você decepciona a ala masculina meu caro...
Hanna olhou atentamente para o rapaz, mas não lhe disse nada. Todas essas palavras passaram pela sua cabeça e ela simplesmente desceu do carro e correu para seu apartamento.
Não deixou de pensar um minuto sequer em tudo que aquele espécime deveria ter ouvido. E se pergutava o motivo de não ter dito. "É simples, ele não ia entender uma só palavra." - pensou consigo.
Hanna não queria nenhuma paixão naquela noite, só queria sentir um pouco de prazer, afinal, por que não podia sentir? Só porque era mulher e foi para a cama com o primeiro que encontrou? "Ora essa! É por isso que me masturbo. Conheço meu corpo e sei me dar prazer." - foi para cama pensando isso e pensando também que não estava certo, essa situação tinha que mudar.

Um comentário:

Eduardo Ferreira Dias de Souza disse...

Nós homens deveríamos ler com atenção esse post pois ele tem muito a dizer a nós os que manuseiam a clava! Pois ainda, em alguns casos, somos como aqueles que outrora foram chamadas de "neandertais"! Que usavam a clava de madeira para matar a caça, pegavam a fêmea de forma grosseira e usavam a outra "clava" para se firmar como "macho"! Infelizmente ainda somos assim! Infelizmente ainda temos "fêmeas" que acham que deve ser assim! Mas o pior é que com a evolução, homens e mulheres trabalham, são donos dos próprios narizes, mas se o homem transa com uma mulher na primeira vez que se encontram é o "tal", já a mulher é a "vagabunda"! Infelizmente ainda somos cada vez mais neandertais!