sábado, 27 de novembro de 2010

Frase


"(…)Sou muito inteligente, muito exigente e muito engenhosa para alguém ser
capaz de se encarregar completamente de mim. Ninguém me conhece nem me
ama completamente. Só tenho a mim”

Simone de Beauvoir

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Pensando...


Fazem alguns dias que estou "engasgada" com uma coisa que ouvi . Bem, nunca escondo de ninguém que tenho um transtorno de humor, e creio que isso faz muito mais parte da minha personalidade do que da minha estrutura.
Quando comecei a apresentar essas oscilações de humor, eu sofri muito porque não sabia como lidar com isso, e morria de medo de ter depressão novamente. Houve uma época em que acreditei verdadeiramente que estava enlouquecendo! Não amigos leitores isso não é para rir, a sensação eu realmente não desejo isso para ninguém.
Ocorre que com o tempo, aprendi a lidar com isso e tirar alguma vantagem. Vejam bem, se estou mal, sinto que fico mais produtiva, mais sensível, as músicas e livros passam a ter uma outra conotação, enfim, parei de lamentar porque percebi que tudo era uma questão de escolha. Ou eu ficava reclamando, ou então tirava "proveito" de uma situação que não vai mudar.
Quando me sinto, digamos, mais "introspectiva", gosto de ficar comigo mesma, com meus pensamentos e não creio que haja algum mal nisso, afinal, é uma questão passageira e as pessoas que convivem comigo sabem disso e por esta razão não me cobram absolutamente nada, apenas respeitam minha "inbernação".
Durante minha vida ouvi de duas pessoas que me eram queridas a seguinte frase: "não sei como lidar com você, eu te amo, mas meu sentimento não é tão forte a ponto de suportar isso. Imagino como deve ser difícil para as pessoas que convivem com você..."
Das duas vezes em que ouvi isso, me senti culpada. Senti uma culpa muito grande por ser como sou, por não conseguir mudar isso para que eu pudesse viver em paz com os outros. Muito mais com os outros que comigo mesma.
Depois de um tempo me lamentado e sentindo uma autopiedade irritante, comecei a analisar a frase dita duas vezes por duas pessoas distintas. Vamos por parte: "meu sentimento não é tão forte a ponto de suportar isso". Deixa ver se eu entendi, rs. Quer dizer que enquanto eu estiver bonita e feliz as pessoas vão gostar de mim e me "suportar". Foi isso mesmo que entendi? Por favor me corrijam se eu estiver errada, mas quando gostamos de alguém, não gostamos da pessoa por inteira? Bem, não sei se é papinho sentimentalóide, mas quando gosto de alguém, gosto por inteiro e não pela metade, desculpem se a carapuça servirá para alguém, mas a mensagem que me foi passada foi exatamente esta. "Eu te amo desde que..."
Bem, o fato é que não preciso me afirmar para ninguém e nem provar nada. Sou o que sou e como sou, não vou mudar. Só lamento pelas pessoas que se sentem incomodadas com meu jeito de ser, elas certamente devem ser a personificação da virtude e perfeição! Que inveja!
Esse post é somente um desabafo. Sim porque ouvir isso é pior do que ser chamada de vadia. Acreditem já ouvi as duas coisas e saber que uma pessoa gosta de você até certo ponto, e usa uma fraqueza sua para te atingir, não é uma sensação muito agradável.
Não vou ficar implorando para ninguém me aceitar, cada um tem o direito de suportar aquilo que lhe convém, não é mesmo? Só acho que essa forma de gostar, é bastante duvidosa. Pelo menos para mim...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Recomeço...

Há sempre algo terminando em minha vida. E muitas vezes sofro por isso, me culpo, choro, e tento mudar aquilo que já não tem mais volta. E sei que pode parecer melodramático, mas por alguns momentos chego a pensar que nada vai acontecer para mim, como se estivesse predestinada a ter uma vida que nunca quis ter...
Ainda bem que esse pesamento piegas e tosco permanece na minha mente por alguns minutos, horas talvez. Mas o fato é que consegui adquirir uma capacidade de regeneração incrível, não sei ao certo se é regenaração ou se é por causa da minha instabilidade emocional, mas o fato é que não me permito mais sofrer pelo inevitável. Tudo é uma questão de escolha, e eu escolho recomeçar minha vida, refazer amizades, adquirir novos afetos e me livrar dos desafetos.
Posso escrever e reescrever minha história quantas vezes for preciso, não tenho medo. Acredito que o problema da maioria das pessoas seja o receio de deixar para trás até as mágoas, de se livrar daquilo que faz mal, do que não esta certo.
Bem, já me disseram muitas vezes que não sou como as demais pessoas. Ainda bem que não sou...

"Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais..."

Bob Marley

domingo, 7 de novembro de 2010

Só por hoje...


"Só por hoje eu não quero mais chorar. Só por hoje eu espero conseguir aceitar o que passou e o que virá, só por hoje vou me lembrar que sou feliz... "


Renato Russo

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sobre a liberdade que ainda não tenho...


Me sinto uma prisioneira. Prisioneira não só das coisas e pessoas que me cercam, mas sobretudo prisioneira de mim mesma. O que é afinal de contas esse contraste excêntrico entre a mulher que é segura, destemida, e a menina que precisa a todo momento de carinho e atenção? Por que não posso ser apenas uma delas?
É com este contraste que vou seguindo minha vida, alimentando meus próprios fantasmas, mas também combatendo-os, lutando contra mim mesma, contra a escravidão que existe dentro de mim e que me mantém cativa de uma espera eterna.
E o que seria esta espera? Espera por amor, pela tão sonhada "estabilidade profissional", ou talvez a espera de um filho que um dia desejei ter, e que devido aos acontecimentos da vida, eu mesma assinei um termo alegando "incompetência maternal". Motivo: egoísmo e insconstância acima da média.
Quando terei minha carta de alforria? Quando poderei me ver livre de tudo isso, e de toda essa bagunça interna que assusta a mim, e aos outros? Neste exato momento só consigo me lembrar de um trecho de uma poesia chamada "Tragédia no Lar", de Castro Alves: o poeta abolicionista! O poeta que sonhou com a liberdade de um povo, e que me faz sonhar com a minha liberdade também.

" [...]Eu sou como a garça triste
Que mora à beira do rio,
As orvalhadas da noite
Me fazem tremer de frio.


Me fazem tremer de frio
Como os juncos da lagoa;
Feliz da araponga errante
Que é livre, que livre voa.


Que é livre, que livre voa
Para as bandas do seu ninho,
E nas braúnas à tarde
Canta longe do caminho[...]"