sábado, 1 de novembro de 2008

Mágoas

Quando nasci, num mês de tantas flores,
Todas murcharam, tristes, langorosas,
Tristes fanaram redolentes rosas,
Morreram todas, todas sem olores.

Mais tarde da existência nos verdores
Da infância nunca tive as venturosas
Alegrias que passam bonançosas,
Oh! Minha infância nunca tive flores!

Volvendo ã quadra azul da mocidade,
Minh'alma levo aflita à Eternidade,
Quando a morte matar meus dissabores.

Cansado de chorar pelas estradas,
Exausto de pisar mágoas pisadas,
Hoje eu carrego a cruz de minhas dores!


Augusto dos Anjos

4 comentários:

Anônimo disse...

Vim deixar um abraço (:

Adorei a poesia.

;*

Dona Irene disse...

Lidy,
Augusto dos Anjos é um dos meus favoritos! Amo!
Há quem o odeie dizendo que ele é mórbido demais... Na minha opinião, se existe algo em excesso nele, é a sensibilidade.
Só mesmo quem tem sensibilidade de sobra consegue escrever versos que falam sobre o comportamento das flores e as dores da vida a partir do dia do próprio nascimento.

Abs

Anônimo disse...

Tu tá sumida, nenina. Nunca mais postou.

Ei, convidei você pra uma 'meme' no meu blog, tá?

;*

Mile disse...

Adorei a poesia..

Qto as mágoas prefiro não tê-las, dizem que dá cancêr..lol

=*