sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Pensando...


Fazem alguns dias que estou "engasgada" com uma coisa que ouvi . Bem, nunca escondo de ninguém que tenho um transtorno de humor, e creio que isso faz muito mais parte da minha personalidade do que da minha estrutura.
Quando comecei a apresentar essas oscilações de humor, eu sofri muito porque não sabia como lidar com isso, e morria de medo de ter depressão novamente. Houve uma época em que acreditei verdadeiramente que estava enlouquecendo! Não amigos leitores isso não é para rir, a sensação eu realmente não desejo isso para ninguém.
Ocorre que com o tempo, aprendi a lidar com isso e tirar alguma vantagem. Vejam bem, se estou mal, sinto que fico mais produtiva, mais sensível, as músicas e livros passam a ter uma outra conotação, enfim, parei de lamentar porque percebi que tudo era uma questão de escolha. Ou eu ficava reclamando, ou então tirava "proveito" de uma situação que não vai mudar.
Quando me sinto, digamos, mais "introspectiva", gosto de ficar comigo mesma, com meus pensamentos e não creio que haja algum mal nisso, afinal, é uma questão passageira e as pessoas que convivem comigo sabem disso e por esta razão não me cobram absolutamente nada, apenas respeitam minha "inbernação".
Durante minha vida ouvi de duas pessoas que me eram queridas a seguinte frase: "não sei como lidar com você, eu te amo, mas meu sentimento não é tão forte a ponto de suportar isso. Imagino como deve ser difícil para as pessoas que convivem com você..."
Das duas vezes em que ouvi isso, me senti culpada. Senti uma culpa muito grande por ser como sou, por não conseguir mudar isso para que eu pudesse viver em paz com os outros. Muito mais com os outros que comigo mesma.
Depois de um tempo me lamentado e sentindo uma autopiedade irritante, comecei a analisar a frase dita duas vezes por duas pessoas distintas. Vamos por parte: "meu sentimento não é tão forte a ponto de suportar isso". Deixa ver se eu entendi, rs. Quer dizer que enquanto eu estiver bonita e feliz as pessoas vão gostar de mim e me "suportar". Foi isso mesmo que entendi? Por favor me corrijam se eu estiver errada, mas quando gostamos de alguém, não gostamos da pessoa por inteira? Bem, não sei se é papinho sentimentalóide, mas quando gosto de alguém, gosto por inteiro e não pela metade, desculpem se a carapuça servirá para alguém, mas a mensagem que me foi passada foi exatamente esta. "Eu te amo desde que..."
Bem, o fato é que não preciso me afirmar para ninguém e nem provar nada. Sou o que sou e como sou, não vou mudar. Só lamento pelas pessoas que se sentem incomodadas com meu jeito de ser, elas certamente devem ser a personificação da virtude e perfeição! Que inveja!
Esse post é somente um desabafo. Sim porque ouvir isso é pior do que ser chamada de vadia. Acreditem já ouvi as duas coisas e saber que uma pessoa gosta de você até certo ponto, e usa uma fraqueza sua para te atingir, não é uma sensação muito agradável.
Não vou ficar implorando para ninguém me aceitar, cada um tem o direito de suportar aquilo que lhe convém, não é mesmo? Só acho que essa forma de gostar, é bastante duvidosa. Pelo menos para mim...

Um comentário:

Eduardo Ferreira Dias de Souza disse...

Olha ao ver isso sabe, me bate uma certa revolta, pois ninguém merece ouvir coisas como essas... Palavras duras que apenas destroem! Alguém que diz amar o outro apenas quanto esta está feliz e coisas do tipo, não ama verdadeiramente... Legal esse negócio de amar apenas nos bons momentos, independente se a pessoa tem distúrbio de humor ou não, isso é fácil: "Te amo demais, mas hora que a coisa estiver difícil saí pra lá que aí eu não amo, não tolero. Quando estiver bem, volta que aí eu volto a amar!" Poxa... putaria isso...