sábado, 7 de maio de 2011

Os desejos de Hanna


Hanna acordou pela manhã com uma terrível vontade de chorar. Uma vontade que não sabia de onde vinha, nem porque existia. Ela só queria chorar.
Às vezes sentia como se nada fosse real, como se a vida que estivesse vivendo fosse apenas um sonho, e se perguntava porque se sentia assim.
Talvez fosse a falta de fé no ser humano. A incapacidade de confiar, e de entender como alguém pode amar a ideia de outra pessoa. Hanna passou 11 anos ouvindo juras de amor, promessas que nunca se concretizaram, e ela queria muito mais da vida. Agora, tem a sensação de estar acontendo de novo, e se pergunta se sua concepção sobre o amor estaria equivocada.
Será que querer algo real, pele com pele, um afago nos momentos difíceis era algo que só existia em filmes e novelas? Ela acreditou por algum tempo que quando se ama alguém, mudamos nossa vida por ela. Hoje não acredita mais.
Não se permite acreditar, porque sabe que junto com a crença virá o sofrimento. Sente-se como se ninguém pudesse compreender o que ela quer de fato, o mundo que ela criou só pertence ao seu imaginário, e não crê que exista alguém com quem ela possa compartilhar sem ser julgada ou bombardeada por uma série de perguntas.
Chegou à conclusão de que é comnplexa demais, exigente demais para que alguém possa amá-la na totalidade. Isso já não importa ,ela agora sonha com uma vida profissional porque sabe que seu futuro é promissor.
Nunca será a mulher de alguém. Não consegue mais acreditar em palavras e foi só isso que recebeu durante boa parte da sua vida. Metade dela morreu, a outra quer viver intensamente e para isso seria preciso abrir de vez suas asas...
Hanna acreditou que alguém pudesse amá-la. Hoje, acredita somente no amor que sente por si mesma. Finalmente compreendeu que ela pertence ao mundo todo e não a um lugar somente.

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