sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Da dúvida


Hanna sentia-se vazia, apática. Estava cansada de palavras, e hoje era como se uma arma tivesse atravessado seu ventre. Doía o peito, o coração. E tudo que ela quer é desabafar sua tristeza:

"Estou cansada. Cansada de escutar palavras vãs, promessas ao vento e que têm o único intuito de me ridicularizar, me usar. Estou farta! Farta de me fazerem de palhaça, não permitirei isso mais! Sou uma mulher que não tem medo de dizer o que pensa e se isso assusta o problema é de vocês que não sabem lidar comigo. E me acusam de que? Me culpam de que?
Meu coração é meu e de mais ninguém. Não o entregarei assim tão facilmente, nunca mais!
As palavras que escutei só me jogaram nesse buraco que me encontro, por isso, pegue-as, não preciso de mentiras! Nunca precisarei!
Meu coração e minha alma se fecharam. Não há mais nada para acreditar, estou só comigo mesma e com meus pensamentos que para muitos podem ser insanos, mas esta sou eu.
Se quer algo de mim, então faça por merecer, venha e mostre atitudes, não palavras!"

Hanna se sentia sozinha, mas era um tipo de solidão diferente. Ela queria estar só porque de repente começou a acreditar que assim estaria protegida.
Estava introspectiva, na faculdade perceberam, mas ela não podia evitar, era o que tinha dentro de si. Fugia de qualquer tipo de contato porque já conseguia prever o desfecho: seria rejeitada como foi tantas vezes, e antes que isso acontecesse, Hanna dizia não e sufocava seus desejos com as lembranças do passado que sofrera.
Seus sonhos foram ofuscados por um estado permanente de dúvida. Hanna estava morrendo...

Um comentário:

Unknown disse...

As vezes me sinto assim: morrendo... a minha solidão me deprime. É uma solidão diferente, é como se eu eu não pudesse ser quem sou em momentos como esse. Como se eu vivesse me escondendo, enganando a todos, como se eu estivesse atuando. E aí quando a noite chega e eu entro no meu quarto me sinto terrivelmente sozinha e sinto que ninguém me conhece como sou.


Belas palavras.