quinta-feira, 12 de maio de 2011

Ainda existe amor para Hanna?


Naquela manhã, Hanna estava cheia de dúvidas. Tinha dormido mal, e os pensamentos parecem surgir durante à noite, quando tudo o que se escuta e sente é o silêncio.
Diferentemente das outras vezes, estes pensamentos a deixaram inquieta, não sabia mais o que era real, não sabia se valia à pena crer nas coisas que sempre acreditara e que de certa forma fizeram-na se movimentar.
Hanna era o tipo de mulher que quando acreditava em algo, investia tudo o que podia, até que se esgotasse o último fio de esperança. Toda aquela doação havia causado uma certa descrença, algo que não sabia explicar direito.
Se olhou no espelho: "eu não sou feia, me considero uma mulher inteligente. Então por que passei onze anos da minha vida acreditando que palavras seriam suficientes para sustentar um sentimento?"
Ela não entendia. Não entendia e não queria. Pensava consigo mesma que se o amor de fato existe, ele só sobrevive com o toque das peles, o cheiro, o dormir juntos, as discussões. Era no cotidiano real que tal sentimento se fortifcicava e amadurecia. Como era possível amar a ideia de alguém? Para ela isso era tão surreal quanto alucinações causadas por drogas alucinógenas.
"Nunca serei a mulher de ninguém". Era só o que conseguia pensar, o amor que outrora enchia seu coração e sua imaginação, já não existe mais. E ela queria muito estar enganada, mas não conseguia, ninguém nunca havia mudado sua vida por causa dela.
Hanna se doou tantas vezes que até parece que perdeu sua identidade. Devoção cega por quem a violentou. Não apenas fisicamente, mas com palavras duras, mensagens subentendidas que a feriram e fizeram com que perdesse a crença em um relacionamento verdadeiro e duradouro.
Tudo que queria agora era viver da melhor forma possível. Queria crescer como profissional porque isso ninguém tiraria dela.
Quanto ao resto? Transformaram-se em cacos de vidro...

Um comentário:

Eduardo Ferreira Dias de Souza disse...

Bem, cada dia que passa vejo você Lidiana evoluir! Mesmo com todos os problemas que vem sofrendo, mesmo com todas as pedras que surgiram em seu caminho nesses últimos dias, você consegue escrever de forma bela e encantadora, apesar de toda a tristeza e dor descrita em seus posts. Apresenta-nos Hanna uma mulher que me lembra muito alguém que conhece, cuja história é até parecida, diga-se de passagem que tal pessoa tem pensamentos meio insanos, mas assim como Hanna clama por vida! Me encanto cada dia mais por essa Hanna! Que mulher! Que pessoa! Não que ela seja perfeita, lógico ninguém o é, mas o melhor ela quer viver, e não tem tamanho essa sede por vida e exatamente por isso sofre, pois acredita, quando encontra alguém, que esse ser irá com ela voar, mas nem sempre aquelas pessoas que encontramos pelo caminho conseguem ou pior, querem voar junto a nós. Mas assim é a vida, cheia de percalços e Hanna com certeza continua vivendo e com certeza VENCENDO não é?