sábado, 14 de maio de 2011

Ela quer viver


Hanna estava sedenta. Depois da tempestade que exigiu sua "hibernação" para colocar ideias e sentimentos em ordem, agora mais do que nunca queria viver! "Minhas indagações sobre a vida e sobre mim mesma é algo absolutamente normal! Quem não se questiona sobre sua própria existência, é porque já esta morto!" Pensava consigo.
Queria tudo que lhe foi negado e negligenciado, e naquele dia, especificamente naquele dia, ela tinha certeza de que conseguiria. Não importava se essa sede acabaria, o que interessava é que hoje ela queria viver.
Hanna tinha o defeito de guardar rancores, as vezes pensava em reunir todos aqueles que a agrediram de alguma forma e dizer-lhes o que sentia.
Mas naquele sábado isso não importava. Quando se lembrava de cada pessoa que a fizera sofrer, tinha o sentimento de satisfação por pensar que eles continuariam no mesmo lugar, nunca sairiam de onde ela os havia encontrado. E toda essa dor, esse sofrimento que a consumiu e ainda consome, a vida se encarregaria de cobrar. Não isso não é vingança, é apenas uma lei básica e universal.
Tinha se cansado de entregar sua vida a quem não merecia, ou não tinha coragem suficiente de abrir as asas. Era isso que aprisionava Hanna, ela tinha asas mas ainda estavam encolhidas e durante muito tempo, pensou que precisaria de alguém assim como ela para voar. Hoje não, hoje ela ia voar sozinha, mesmo que a queda fosse grande, isso não a impediria. Continuaria vivendo nos extremos como sempre fez. Porque Hanna apesar de todos os defeitos e problemas, tinha vida dentro de si.

4 comentários:

Eduardo Ferreira Dias de Souza disse...

Como eu disse no comentário anterior Hanna continuará vivendo assim como a pessoa de pensamentos insanos que conheço e que tem a história até parecida com a da Hanna. Mas voltando ao que interessa, Hanna faz o correto, continua vivendo, sacode a poeira e segue seu caminho, sem pestanejar. Apesar da dor, apesar das lembranças tristes, continua. E de fato, o mundo dá voltas, e com certeza as pessoas pagam pelos erros cometidos conosco, alias, quem não paga? A vida é assim cobra de todos nós, mas pelo que vi até agora dessa história, Hanna paga sim pelos seus erros! E como na história dessa mulher que quer alcançar o céu, mesmo que só, enfim compreendeu que não precisa de alguém para levantar vôo, e se esse alguém vier, virá sim, mas igualmente no vôo! Assim poderão vir mais quedas, mas pelo menos ela estará voando, buscando encontrar o melhor jeito para que esse voar seja feliz, mas mesmo se vierem quedas, com elas virão o aprendizado e com ele, sabedoria, e assim a vida continua! E como disse, no meio do vôo aí sim, poderá surgir o pássaro que verdadeiramente voará com ela, pois se encontrarão lá no céu, lá no alto, e aí sim poderão se unirem em um belo vôo e assim VIVER!

Liza Santana disse...

Hanna é alguém que realmente existe ou é fruto da sua imaginação?

Parabéns! Adorei o texto.

:D

Hanna disse...

Obrigada pela visita, pelos comentários. Fico imensamente feliz com a repercurssão de Hanna.
Quanto a ela ser real ou não, deixo para que vocês cheguem a essa conclusão...
Um beijo grande!

lordphantom1 disse...

Que bom que finalmente está partindo para a ficção. Seu texto está muito forte. Não importa se a fonte de sua historia tenha fatos reais ou não, o que importa é o realismo que você consegue colocar nela, sempre achei que havia uma escritora excepcional dentro de você, que bom que a está explorando profundamente.
Admiro as mulheres que se encontram além da própria beleza e mostram que há muito mais nelas que um corpo, rosto ou sorrisos lindos, há uma alma intensa. Parabéns.