sábado, 14 de maio de 2011

Hanna se ama


Embora tivesse sofrido abusos, Hanna era uma mulher extremamente sexual. Toda violência sofrida parece ter tido um efeito inverso, sua libido ficou mais aguçada e era como se ela merecesse sentir prazer para esquecer toda a dor que havia sofrido.
"Sexo não rima com dor, e não é isso que quero para mim". Esse era seu lema! Queria experimentar todos os tipos de orgasmos, todos os prazeres, queria expandir seus sentidos.
As vezes seu corpo queimava, ardia, clamava por um toque, uma carícia que fosse, mas a maioria dos homens que encontrou não entendia, não sabia como lidar com uma mulher que não tinha medo de revelar seus desejos, de dizer o que queria, suas fantasias e suas intimidades.
Gostava de sentir seu corpo, da sua pele. E nessas horas era como se estivesse tocando uma seda leve e perfumada. Observava seus seios, e comparava-os com dois botões de rosa que deveriam ser cuidadosamente estimulados e beijados.
Hanna olhava fixamente seu sexo e reparava como era pequeno, parecia uma maçã pronta para ser mordida. "Há tanto para ser explorado, e os homens parecem desconhecer essa fonte inesgotável de prazer, ou talvez sejam egocêntricos demais para perceberem como satisfazer uma mulher." - era isso que pensava enquanto se olhava e então, agia como gostaria que um homem fizesse. Sem medo, ou qualquer tipo de intimidação, Hanna podia ser amada por ela mesma sem ser recriminada. "Esse é meu momento" - dizia a si mesma. Observava cada parte do seu corpo com uma admiração exarcebada, como se fosse a mulher mais linda do mundo. E naquele momento ela era...

4 comentários:

Eduardo Ferreira Dias de Souza disse...

Hanna, que mulher é essa Hanna! Sem palavras pra dizer sobre ela! Alguns podem dizer de forma preconceituosa: pervertida, vadia, descarada, despudorada! Mas eu acredito que as palavras certas sejam: Hanna, mulher de verdade! Nessa sociedade machista em que vivemos a mulher não tem vez. É a velha história, o homem sai com uma mulher e naquela mesma noite os dois transam. O homem é considerado o garanhão, o homem na sua mais plena forma, e mulher é a biscate. Poxa, o homem nas mesas de bar com os amigos fazem listas das mulheres e a mulher tem de ser a recatada. Difícil, e na maioria das vezes esses homens que são os "grandes pegadores", não passam de machos, isso mesmo como os bichos, machos e fêmeas. O macho alfa que pega tudo, mas que na verdade preocupa-se apenas com o seu prazer e deixa de lado a fêmea, que só serve pra satisfazê-lo. Pena que ainda existam "homens" assim! Mas que bom que temos mulheres como Hanna, que se permitem viver em plenitude! Parabéns mais uma vez Lidiana pelo post!

Unknown disse...

Quem sabe se todas as mulheres tivesse a independência que Hanna tem seríamos mais valorizadas....
Acredito que a sociedade a passos lentos caminha para essa tal "independência feminina".
Muitas de nós já conseguiram sua independência financeira, mas não a sexual, exemplifico esta frase com minha história (...)
Lidiana Parabéns e continue postando exemplos assim que nos encorajam para, como cita o colega Eduardo Ferreira "viver em plenitude".

Hanna disse...

Meus amigos obrigada pelos comentários! Mas Hanna sabe que "viver em plenitude" custa muito caro...

José Silmarovi Jr. disse...

Fabuloso este post. Hanna nos dá um novo paradigma reflexivo sobre o prazer.
E ela escreve de forma clássica, resgatando em nosso íntimo o que todos sabem o que é verdade.
Hanna se expressa livremente, o que muitos não tem coragem e ainda usam de uma falsa moral para rotular quem fala abertamente.

Digo ainda seguramente que as palavras de Hanna mexeram forte com minha imaginação. Mais do que eu poderia prever.

O Kama Sutra e o Lovers Guide ficaram parecendo materiais de auto ajuda depois destas sábias palavras.

Parabéns Lidi por este lindo, tocante e visionário post.