quarta-feira, 8 de junho de 2011

Carta de despedida

"Não sei o que escrever. Vocês sugaram meus sonhos, minhas forças. Me violentaram fisicamente e emocionalmente, e por que permiti? Vocês nunca mais me verão. Quebraram meus sonhos e agora preciso voltar para a concha. Vocês acham que a mulher é um objeto para ser usado e depois jogado fora. Dizem palavras doces e ternas, são gentis, mas depois apontam suas armas contra minha cabeça e puxam o gatilho.
Se aproveitaram da minha fraqueza, da minha vulnerabilidade para satisfazerem seus desejos primitivos, para garantirem suas virilidades, e assim se sentirem "machos".
Foi esse o amor que conheci: o que mente, que faz ameaças, que humilha, que é covarde e preconceituoso, que bate e estupra. Nunca vou esquecer, e talvez eu nunca conheça outro tipo de amor. Nunca fiz nada para nenhum de vocês, e talvez vocês nunca saibam como vou me sentir de agora em diante, e sei também que vocês não se importam. Por que se importariam? São egoístas demais para perceberem todo o mal que me causaram.
Coitados de vocês que precisam se autoafirmar conquistando uma mulher e depois jogando fora como se fosse um pedaço de papel. Vocês fazem parte da escória, me mostraram o pior da vida porque vocês estão mais doentes que eu."



"[...] Era eu e uma arma e um homem atrás de mim
E eu cantei 'holy holy enquanto ele desabotoava as calças
E você pode rir. Isso é o tipo de coisa que você acha engraçada em épocas como essas..."

Tori Amos

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