quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mais um dia que ela nunca esqueceria


Nos dias que se seguiram após a bofetada, o estado emocional de Hanna havia piorado. As consultas com a psicóloga e psiquiatra se tornaram mais frequentes, mas ela tinha vergonha de dizer o que tinha acontecido. Pensava em ir à polícia, mas tinha medo, afinal, estava completamente sozinha e temia pelo pior.
Hanna já quase não falava, perdera a vontade própria. Ela mal conseguia olhar para aquele homem, mas não conseguia terminar o pânico era maior que qualquer outra coisa.
"É como estar em uma prisão" - escrevia escondida em seu computador, "mas o pior é saber que eu fui a causadora de tudo, tudo estava novamente claro e eu não quis enxergar."
Fazia sexo sem vontade. Tinha medo de dizer "não", e em uma dessas ocasiões, enquanto satisfazia os desejos daquele homem que um dia tinha sido gentil e havia mostrado outro universo para Hanna, ele sussurrou em seu ouvido:
-Quero fazer sexo anal.
-Não, eu não quero, por favor. - Embora ela já tivesse tido várias experiências, sempre ouvira que sexo anal era doloroso e por esta razão, nunca teve coragem de saber como era.
- Mas eu quero! - A essas alturas, aquele homem virou Hanna violentamente de bruços, e disse:
- Fica calma! Se não for comigo vai ser com outro, eu sei. Do jeito que você gosta de sexo, não vai demorar para fazer, então que seja comigo que sou seu namorado. - Pronunciava tais palavras com um sorriso de satisfação, e parecia que os pedidos e o choro de Hanna alimentavam o desejo daquele homem.
Foi inútil relutar. Ela não tinha forças, e simplesmente deixou que ele fizesse o que queria. Tampava sua boca para que não gritasse, e não demorou muito tempo para que ela já sem forças, se entreguesse e deixasse com que ele fizesse o queria. Durou pouco tempo, mas para Hanna era uma eternidade, já que nunca tinha sentido tanta dor em sua vida.
Ele tem seu orgasmo, e Hanna sente algo escorrendo pelas pernas. Vai até o banheiro e vê o sangue, de dentro do banheiro ela escuta:
- Doeu amor? É assim mesmo, tá? Depois que você se acostumar, não vai sentir mais nada.
Hanna sente náuseas e vomita. Liga o chuveiro, se agaicha no chão e deixa a água escorrer pelo seu corpo. Não conseguia conter as lágrimas, queria voltar para casa, para o aconchego da família.
"De novo. Aconteceu de novo." - era o único pensamento que conseguia ter. Queria ficar ali no banheiro para o resto da vida, mas teve que abrir a porta e encarar o homem que estava deitado em sua cama. Sentia nojo, repulsa, mas ao mesmo tempo tinha medo e não sabia o que fazer. Seu corpo e sua alma estavam quebrados de novo, e se perguntava até quando conseguiria suportar.

Um comentário:

Eduardo Ferreira Dias de Souza disse...

Não tenho palavras para descrever tal ato! Creio que a atitude dessa "coisa" possamos assim dizer, porque isso não pode ser chamado de Homem, "macho", pois é são os animais que não tem discernimento, que são movidos pelo instinto que possuem atitudes assim! Mas até os animais possuem um ritual para o acasalamento, onde o macho de certa forma corteja a fêmea! Esse bicho não! Essa coisa que se diz homem, mesmo ao ouvir o choro e o clamor de uma mulher que pedia para não ser penetrada, mas ele como bicho que é, e, acredito eu, no ato mais agressivo de um ser para com o outro, tampou sua boca, para que os gritos de desespero não fossem ouvidos pelos vizinhos, claro tinha conciencia da violência que estava cometendo, e VIOLENTOU a própria namorada, a quem dizia amar, a quem dizia sentir algo bom! Como disse anteriormente, essa coisa achava-se dona, proprietária de um brinquedo que ele podia fazer o que quisesse e a hora que quisesse! Desgraçado! Infeliz! Monstro, são pouco para dizer dessa coisa que se auto proclama homem!