sábado, 2 de julho de 2011

O Duelo


Há determinados momentos em nossas vidas, que sentimos como se convivessemos com dois de nós, porém com personalidades distintas. É como se tivéssemos um rival interior que precisa ser derrotado, o bem e o mal dentro de uma só pessoa. E não existe ninguém para ser derrotado, todos temos essa dualidade.
Hanna estava travando uma batalha consigo mesma, sabia disso quando acordou pela manhã e se lembrou do sonho que teve. Vestida de preto, com ar dominador, dizendo coisas que a fizeram se sentir humilhada e culpada, como no dia em que recebeu a carta misteriosa chamando-a de patética. A carta nada mais era que uma reprodução de seu inconsciente, seu "eu malígno" querendo destruí-la.
Hanna se levanta da cama rapidamente e vai para o computador, precisava escrever o que estava pensando, sentindo:

"Sei quem é você. No dia que recebi aquela carta, pensei ser de um homem, mas agora estou ciente de que eu mesma queria me boicotar. E foi o que tentei fazer novamente esta noite, depois de ter tido um dia exaustivo, mas com as esperanças renovadas. Não vou brigar novamente, agora entendo tudo. Você queria me alertar, foi o seu jeito de dizer que não devo ser boa demais como estava sendo. Sei que minha sensualidade ficou comprometida depois de tudo que aconteceu, então me ensine a usar esta sensualidade a meu favor. Me ensine a ter mais malícia para que eu não caia sempre nas mesmas armadilhas, vamos encontrar um equilíbrio."

Hanna permanece sentada e pensa consigo que se tivesse escutado esta "voz" mais vezes, poderia ter evitado muitas coisas. "Mas não quero me lamentar, estou me conhecendo a cada dia, o que passou não volta mais." - disse sozinha, e em seguida se levantou e preparou seu café da manhã.

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